quarta-feira, 30 de abril de 2014

Alongamento x Treino de Flexibilidade

   
 
   A fisiologia do exercício, assim como quase tudo que se refere aos estudos do corpo humano, possui alguns buracos negros. Mecanismos fisiológicos que ainda não se sabe exatamente como funcionam ou o que acarretam. Dentre eles um dos temas mais discutidos é o aquecimento, seus efeitos e modo de realizá-lo. Neste contexto paira sempre uma dúvida entre os praticantes de atividades físicas, o alongamento.
    Antes de mais nada é preciso entender que há relevante diferença entre alongamento e treino de flexibilidade. Os movimentos e posições podem ser similares, entretanto a intensidade e a duração vão distinguir um do outro. E estas diferenças influem diretamente sobre o rendimento e a integridade do tecido muscular.
     No alongamento são executados movimentos e posições mais tênues, em que a sensação de desconforto é pequena, assim como a duração do exercício. Pode ser realizado tanto como parte do aquecimento, quanto após a atividade. Em geral, faz-se de forma dinâmica (com movimento) antes e de forma isométrica após a atividade. A indicação da execução dinâmica no aquecimento e isométrica no pós treino, deve-se ao objetivo do exercício. Realizando o alongamento com movimento torna-se mais eficiente a preparação articular e muscular para o exercício, enquanto a manutenção de uma posição por alguns segundos em ângulo confortável ajuda no relaxamento local após o treinamento.
    O treinamento de flexibilidade, como o nome já diz, é o condicionamento e evolução de uma habilidade motora. Assim como há treinos para desenvolver a capacidade aeróbica, a potência, a velocidade e a força, também deve-se estimular a flexibilidade dos componentes articulares. A sessão de treino de flexibilidade deve ser feita isoladamente já que é concorrente com a maioria das outras habilidades motoras. Utiliza-se tanto o método isométrico quanto o dinâmico, contudo em amplitudes articulares, duração e intensidade maiores. O objetivo é aumentar a capacidade de arco de movimento de forma segura e gradual, proporcionando articulações e grupamentos musculares mais preparados para realizar tarefas e manter postura adequada diante das situações que o corpo se submete. A melhora na flexibilidade possui relação direta com a redução de dores e lesões advindas de má postura e/ou exposição a movimentos de alto grau de amplitude articular.
    Não há comprovação científica que indique o alongamento como fator de prevenção de lesões, de fato ele pode acarretar ou agravar lesões quando feito de modo inadequado muito próximo a sessões de treinamento. Não há contra-indicações ao alongamento leve logo antes ou logo após a atividade. Já a flexibilidade deve ser estimulada em sessões separadas.  

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